segunda-feira, 1 de março de 2010

art.vemmer

O ano é 1664. A cidade, Delft, na Holanda.
Griet tinha apenas 16 anos quando foi trabalhar de criada na casa do pintor Johannes Vermeer. Nunca tinha sido uma. Não sabia se comportar como uma.
E seu interesse mal disfarçado pelos quadros de seu patrão não passou desapercebido da esposa do pintor Vermeer, Catherine.
Não passou desapercebido do patrão também.....

A obsessão de Vermeer em procurar a perfeição em seus quadros, a luz ideal, os adereços perfeitos, iluminaram o mundo sem cor e perspectiva de Griet, e ela passou a ansiar cada vez mais pelo tempo em que passava no atelier de seu patrão.

Isso tudo é ficção, mas o romance Moça com Brinco de Pérola, da norte-americana Tracy Chevalier, foi inspirado em um pintor real, Johannes Vermeer e em seu famoso quadro com o mesmo nome. A polêmica em torno do quadro também é real. O retrato da moça com os lábios entreabertos, foi considerado escandaloso e com forte conotação sexual para a época.

A trama criada por Chevalier para explicar como Griet acabou sendo retratada pelo pintor é muito interessante e bem construída. Mas falta beleza na narrativa. Tudo é muito brusco e seco.

O livro é narrado em primeira pessoa e parece um diário, com as impressões e o dia a dia de Griet, seus afazeres domésticos e mazelas. Achei que um livro que descrevia com requinte as tonalidades e as luzes envolvidas durante o processo de criação de uma tela, deveria ser escrito com mais lirismo....

Mas a autora explora bem a relação ambígua de Griet e Vermeer....o que ela é para ele? Uma criada? Sua assistente? A modelo da vez? A mulher que ele deseja?

A história foi adaptada para o cinema, com Scarlett Johansson no papel principal. Sua paramentação para viver a personagem deixou-a extremamente parecida com a modelo original, seja ela quem for! Assisti ao filme, e também fiquei com a mesma impressão que tive do livro: gostei, mas só. Aliás, achei o final do filme sem pé-nem-cabeça. O livro termina bem melhor!

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